quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

MINUTO DE REFLEXÃO

     Estou distante, muito distante, do que se passa no Piauí. Mas reflito sobre tudo. O patrimonialismo estatal, sua pobreza endêmica e sua oligarquia, por exemplo; três dos velhos vícios históricos que embasam as decisões políticas. E se espraiam por todo o tecido social, numa volúpia sem limites. Mas, não me entrego a esse sentimento ante-social, que prejudica a todos, embora praticado pelas elites políticas piauienses responsáveis pelo seu desenvolvimento sócio-econômico. Difícil de mudar, de reverter esse quadro, para satisfação da sociedade. Não me canso de falar, escrever, debater e denunciar..., esta minha vasta sensibilidade social não se desgrudará, enquanto combato, em beneficio de todos, sem trégua, essa hegemonia patrimonial/oligarca/nepotica sobre o Estado democrático.
     Os partidos políticos, que devem fortalecer as relações benéficas do Estado com a sociedade, fazem críticas pontuais e eventuais a esse relacionamento, com sucumbência do Estado, sem interagir fortemente, em beneficio da extinção dessa chaga no conjunto social. Usufruem-se dos seus resultados, porém. Essa preponderância familiar e/ou nepótica e patrimonial não se vê em Pernambuco. Lá residi por 30 anos. As tradicionais famílias pernambucanas comandam o setor sucro-alcooleiro, que se modernizou, com pouca irradiação sobre as decisões do estado, excetuando aqueles pertinentes ao próprio setor canavieiro.
O Piauí, certamente por conta dessa gestão de hereditariedade, foi o único Estado que não conseguiu explorar comercial e turisticamente o seu litoral; diferentemente das demais unidades federativas e administrativas que o fizeram. Ainda não identificou a sua tendência econômica, transformando num pólo, como Ceará, o Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas...
     Especula-se, todavia, ser um futuro centro de estudos, com várias faculdades, com referencia regional e no futuro nacional. Contudo, a qualidade do ensino deixa muito a desejar, embora seja um início. Para ser pólo, entretanto, necessita reorientar as concepções atuais.
     A exploração do agronegócio, com grandes áreas plantadas de grãos seria sua alternativa econômica; porém, não é só uma característica do Piauí. Pois, dos Estados circunvizinhos, apenas o Ceará não planta grãos. Entretanto, há de se concordar com a realidade, relativamente ao Piauí, de que os Estados nordestinos, excetuando o Maranhão, é o único que dispõe de imensas áreas de terras dos Cerrados que podem ser disponibilizadas para o plantio de soja... Alagoas, por exemplo, definiu sua alternativa, com a cana-de-açúcar e a indústria sucro-alcoquímica.
     A identificação das tendências econômicas setoriais de um Estado, a sua transformação num pólo, que não é tarefa fácil, facilita a negociação com empresários. Propicia o desenvolvimento. O empreendedor sentir-se-á mais animado, sabendo que há estudos para ajudar na alternativa de onde (e como) fazer o investimento.
     Asseguro, porém, que, enquanto isso não for identificado, o Estado não alcançará o desenvolvimento com estabilidade, pelo menos, satisfatório. Justamente porque se essa meta não for atendida é melhor deixar de fazê-lo. E procurar identificar outra razão do Estado permanecer subdesenvolvido, sem o impasse histórico da forte contribuição do patrimonialismo estatal e do nepotismo, praticado desenfreadamente, quandos os méritos são desconsiderados. Irrelevantes!

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