domingo, 19 de julho de 2009

Desenvolvimento Sustentado do Piauí

          A política patrimonialista, clientelista e mesquinha adotada em todos os segmentos partidários do Estado, continuará sendo o maior impasse, obstáculo, ao desenvolvimento sócio-econômico-político e cultural do Piauí. Enquanto não mudar esse protótipo e/ou molde de política-partidária, permanecerá naufragado nessa crise paupérrima do empreguismo em cargos comissionados, com bolsas de estudo e obras públicas dirigidas para determinados grupos elitistas que comandam reversadamente o Poder Executivo. E sempre falando em criar emprego, gerar renda, combater as desigualdades, melhorar a qualidade de vida, acabar com o analfabetismo, minimizar fluxo migratório interno do campo às cidades pólos, melhorar o sistema de saúde, erradicar a fome... Porém, tudo, sem criar os pré-requisitos indispensáveis à extinção dessas chocantes desigualdades, que só aumentam, rotineiramente, em todos os municípios, prioritariamente nas maiores cidades como Parnaíba, Piripiri, Pedro II, Esperantina, Campo Maior, Floriano, Oeiras, Picos, Canto do Buriti, São Raimundo Nonato, São João do Piauí, Simplício Mendes e Correntes... Em todas, sem exceção, prevalece a briga permanente, desenfreada, inconsequente, instigantemente perseguidora, pelas parcelas do FPM, preferencialmente, por ser as maiores, como única fonte de sobrevivência das elites políticas desses municípios, em afronta permanente à soberania municipal, à cidadania, à solidariedade, aos elementares direitos humanos insculpidos no artigo 1º da Constituição Federal. Ninguém obedece ou quase todos o desobedecem.
          Contudo, nada obstante a reação dos segmentos mais conservadores, feudais, ruralistas e escravagistas da política piauiense à ação jurisdicional e constitucional do Estado, através da justiça, com a atuação dos Ministérios Público Estadual e Federal, dos Tribunais de Contas, das Polícias, da imprensa denunciando, embora com o braço do crime organizado, agindo nessas instituições, a ação patriota e cívica dessas organizações têm coibido, diminuído e minimizado a ação despudorada de inúmeros políticos e agentes públicos com ação ilegal, inconveniente e desvirtuada no trata com a res-pública (coisa do povo), com os recursos do contribuinte, redirecionando a execução desses recursos públicos, do contribuinte, para ditames contidos nas leis, principalmente a constituição, que orienta a aplicabilidade e a execução correta dos recursos originados do Estado e destinados ao bem-estar social de todos os cidadãos, com o irrestrito exercício da cidadania, com políticas públicas sensatas.
          Os demais Estados do Nordeste, excetuando o Piauí, conseguiram inúmeros benefícios com a ex-Sudene (lamentavelmente extinta pelo ex-Presidente FHC) que ficou discutindo a viabilidade dos seus investimentos e dos recursos e a honestidade dos empresários que tiveram a ousadia de recebê-los e erguer os seus empreendimentos. Com essa atitude, perdeu grandes oportunidades, e ainda hoje empresários, políticos e deputados, desinformados e mesquinhos, criticam a ação do órgão porque inaugurou um sistema de fiscalização mais rígido à aplicação de verbas públicas em programas, projetos e planos, sem obedecer à orientação desses políticos provincianos.
          Sem a ex-Sudene, o desenvolvimento passa por duas principais vertentes: maciços investimentos nos cerrados, com infra-estrutura completa, embora no setor primário, pendente do ciclo climático, e do turismo, ainda dependendo de toda a infra-estrutura física e social e da consciência dos administradores públicos municipais, notadamente com o meio-ambiente.
          Mas, o principal obstáculo ao desenvolvimento sustentado do Piauí, tendo como referência outros Estados, é a mudança da consciência sócio-político-cultural de seus homens públicos, de inúmeros empresários, de diversos intelectuais, de professores, que persiste encravada na origem patrimonialista, escravagista, ruralista, consequentemente indiferente aos avanços experimentados em outros Estados Nordestinos.