OS CLAUDINOS NA OPOSIÇÃO

     O governador Wellington Dias (PT) ou o candidato ao governo do Estado, Wellington Dias, em 2002, contava com o apoio do ex-governador Mão Santa (PMDB), cassado pela Justiça Eleitoral por abuso do poder econômico. Além da forte popularidade do PT, com Wellington Dias, a liderança nacional do presidente Lula e uma grande reação popular, revolta mesmo, pela cassação absurda de Mão Santa. Os liderados do governador parnaibano apoiavam o projeto de Wellington. Por isso Hugo Napoleão (PFL) perdeu a eleição. Wellington e Mão Santa foram eleitos. Os Claudinos estavam no governo. Inclusive retiraram a candidatura de João Vicente porque não era momento.
     Em 2006, o governador Wellington postula a reeleição e o senador Mão Santa (PMDB) fica na oposição e candidata-se ao governo contra Wellington. Mão Santa perde. Wellington é reeleito, com o novo vice governador, médico Wilson Martins (PSB), que substitui Osmar Jr (PC do B) vice de então. Os Claudinos lançam João Vicente (PTB) para o Senado, apoiado fortemente por todo o esquema governista. Era apenas uma vaga. O ex-governador Hugo Napoleão concorre também ao Senado e perde. O esquema governista vitorioso em 2006 apóia os Claudinos e estes emprestam todo o ser poder econômico à campanha. João Vicente é o Senador mais votado da história política do Piauí. Teve mais voto que o candidato a governador Wellington Dias. Os Claudinos, embora poderosos, permanecem no governo, são sempre fincados no situacionismo. Os empresários fazem política partidária de teimosos.
     Em 2010, os Claudinos, pela primeira vez na historia do Piauí, resolveram ficar contra o Poder Executivo, exatamente contra os aliados de então, Wellington Dias (PT) e Wilson Martins (PSB), respectivamente, ex-governador e o ex-vice-governador Wilson Martins, que assumiu o Poder Executivo por conta da desincompa-tibilização de Wellington, que postula o Senado. João Vicente deteve o apoia-mento eleitoral irrestrito de todo o grupo político governista em 2006 e por isso foi eleito.
     Agora, nesta campanha de 2010, os Claudinos estão abspinhados porque JVC não foi escolhido pela base governista para ser o candidato a governador, tendo recaído a escolha em Wilson, porque gerenciou melhor o momento político, bandeiam-se à oposição; desconsideram os aliados de então; e JVC concorre pelo PTB ao governo estadual, mesmo sem concluir o mandato de Senador. E sem chance de vitória.
     Lançam-se, na verdade, contra Wilson. Querem derrotá-lo em qualquer circunstancia. Dinheiro não lhes faltará porque é filho do empresário mais rico do Piauí e uma das maiores fortunas do Brasil. E milhares de fornecedores das empresas do grupo a repassar auxílio financeiro para competir com Wilson ou pretender fragilizá-lo porque Wilson tem limitações legais sérias impostas pela legislação eleitoral; a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF); e toda uma legislação ordinária a lhe impor limites de gastos.
     Contudo, ressalvo, e todos no Piauí sabem, é a primeira vez que "Os Claudinos" estão na oposição. Querem exercer o poder político "in totum", porquanto já detém o econômico. Ser-lhes-á uma tarefa dificílima, hercúlea, derrotar o oeirense Wilson Martins. Ele também está preparado para enfrentar democraticamente a fúria do abspinhamento do Senador João Vicente Claudino, que também exige o apoio de Lula e Dilma, que lhes será negado, porque Wilson tem uma história de vida igual à de Lula. E Dilma reconhece que Wellington e o PT do Piauí estão com Wilson, tendo sido um parceiro fiel ao presidente e a Dilma como eficiente coordenador do PAC - Piauí. É muito melhor o "seu" João refletir sobre a candidatura do filho.