quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Governador no Meio Norte

     O entusiasmo parece marcar a vida do governador Wilson Martins. O baixo astral nunca lhe atinge. Firme e determinado, sem pessimismo, prossegue erguida e honradamente a sua vida e sua campanha eleitoral, sem críticas radicais e pessoais aos concorrentes. E apenas reafirmando os pontos fundamentais do seu programa de governo, que serão atacados prioritariamente a partir do 2° mandato, com posse em janeiro.
     Como médico, evidentemente, priorizará a saúde, colocando um médico, pelo menos, em cada município do Estado. Criada a carreira médica pelo ex-governador Wellington, tendo Wilson como vice, agora cabe implementar financeiramente o projeto, certamente o ponto mais difícil. Tudo foi adequado às finanças estaduais que, não estão lá muito boas. Também deverá construir hospitais e centros de saúde nos principais municípios.
     Promete elevar o PIB – Produto Interno Bruto – do Piauí dos atuais R$ 15 bilhões para 25 bilhões, com acréscimo de R$ 10 bilhões, até 2014. É plausível, desde que a Suzano, Vale do Rio Doce, Transnordestina realizem as plantas indústrias previstas. E invista maciçamente nos cerrados, única área produtiva capaz de responder em curto prazo aos investimentos feitos, construída a infraestrutura física e social, ainda imprescindível.
     Informa na entrevista que 500 mil piauienses deixaram a linha de miséria. Só foi possível porque houve a manutenção de “um projeto que está dando certo” e está levando mais qualidade de vida aos piauienses. Em gestão, especialmente em gestão pública, onde às vezes os critérios políticos atrapalham, é essencial que programas, planos e projetos tenham continuidade. Como a linha doutrinaria, filosófica e programática do PSB não conflita, mas coincide, com a do PT, é fundamental que o ideário seja mantido para sustentabilidade dos projetos.
     Como Coordenador do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento no Estado, durante 4 anos, deve ter constatado que esse programa foi o mais importante em andamento no Piauí. Foi o eixo da administração Wellington. E sua grande bandeira de ação. Como será mantido na gestão de Dilma Rousseff, também ajudará eficazmente no aumento do PIB. Porém, o problema é encontrar um Wilson para coordená-lo a partir de janeiro/2011.
     A saúde, a educação e a segurança são áreas historicamente priorizadas pelos governos Federal e dos Estados porque dispõem das transferências constitucionais, especialmente saúde e educação. Nos municípios, por exemplo, a educação e a saúde recebem 25% e 15%, respectivamente, das transferências do FPM. E com o FPE também. O problema, portanto, não é falta de recursos, mas de fiscalização, que pouco acontece. O dinheiro não é aplicado corretamente e/ou mal aplicado. Falta mais fiscalização.
     Wilson fala nas drogas, principal motor da violência, que desagrega a família. Porém, se de um lado falta o combate constante e persistente, do outro, é a desigualdade de renda o grande gerador dessa violência. E enquanto não acabar com a maior de todas as violências, que é a concentração de renda, pode colocar todas as policias do Estado e da União nas ruas, bem aparelhadas, modernizadas, e nada será resolvido. A repressão policial minimiza, contudo, jamais resolverá o problema. As elites nacionais não aceitam distribuir renda; por isso, pagam baixos salários. Pois, o salário é o maior distribuidor de renda. Muito mais que os programas sociais como o Bolsa-Família, por exemplo.
     Preservar, por conseguinte, os programas, planos e projetos, em andamento; apoiar, tenazmente, a indústria e a agricultura, tornando-as parceiras; gerenciar bem a máquina, com técnicos competentes ... assim alcançará a meta dos 25 bilhões de reais do PIB, bem como as demais programadas.

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