quarta-feira, 19 de maio de 2010

GOVERNADOR E CANDIDATO

     Ex-prefeito Wall Ferraz (PSDB) relutou em apoiar o médico Mão Santa, pré-candidato do PMDB ao governo do Estado, às eleições majoritárias em 1994. Também resistiu para indicar o sindicalista Osmar Araújo, filiado ao PSDB, como vice. Justamente porque não acreditava na vitória. Osmar Araújo, embora líder sindical, detinha pouca atuação política. Indicado, ganhou a eleição com Mão Santa. Wall recebeu a poderosa Secretaria de Educação, entregando-a ao prof. Ubiracy Carvalho.
     Concluído o primeiro mandato de Mão Santa - (PMDB), falecido Wall, Mão Santa postula a reeleição. A substituição do vice Osmar Araújo entra em cogitação. O ex-governador Alberto Silva e o ex-ministro João Henrique indicam o ex-vereador de Teresina, advogado Osmar Junior, para vice. Também sem grande expressão e pouca atuação política, mas com bom trânsito nas oposições, porque é filiado histórico do PC do B. Também ninguém acreditava na reeleição de Mão Santa. O governo estaria desgastado. Osmar Junior foi eleito na reeleição do governador parnaibano, embora sem votos à época, assim como o outro Osmar.
     Nas eleições de 2002, o médico e deputado Wilson Martins foi despachado por Wel-lington Dias (PT), pré-candidato ao governo, com o apoio do ex-governador Mão San-ta, para convidar a profa. Adalgisa Moraes Sousa, esposa de Mão Santa, para ser vice. Era a vez do ex-governador reorganizar sua vida política, parcialmente destroçada com a cassação política, consequentemente, injusta, em 2001 pelo TSE. Mão Santa não acei-tou. Wilson foi o candidato, embora não co-gitasse o cargo. Wellington e Wilson foram eleitos e o ex-governador preferiu ficar na oposição, o que terá sido o seu maior erro po-lítico. Wilson tinha voto. Egresso do PSDB. Também não foi fácil a escolha porque Hugo Napoleão seria imbatível. Mas, a reeleição de Wellington e Wilson em 2006 foi tranqüila, sendo Mão Santa (PMDB) o adversário, como candidato das oposições.
     Em 2010, o vice Wilson, após uma luta muita grande, envolvendo todos os partidos da base governista, é escolhido pré-candidato ao governo às eleições de outubro, contrariando interesses do mega-empresário João Claudino (PRTB) porque o senador João Vicente(PTB) é candidato ao governo. Agora, Wilson é governador e postula a reeleição. Também o primeiro vice, desde 94, que é ungido governador e postulante ao cargo de Chefe do Executivo.
     Após a escolha do candidato a governador da base governista, novos impasses à indicação do vice. O deputado federal Marcelo Castro (PMDB) é detentor de vastos colégios eleitorais e líder no Sul do Estado, parece ter feito corpo mole. O deputado Themístocles Filho (PMDB) que aceitaria, foi preterido pelo PT. Afinal, o PMDB indica o deputado estadual Moraes Sousa Filho. Primogênito do ex-deputado federal e presidente da FIEPI, Antônio José Moraes Sousa, irmão do senador Mão Santa. Moraes Sousa, assim como Wilson tem voto, diferentemente de Osmar Jr e Osmar Araújo. Osmar Jr, atualmente é deputado federal, devendo ser reeleito. Conquistou um espaço relevante no eleitorado do Estado.
     O que quero ressaltar: é que, nada obstante os fluxos e refluxos precedentes desses movimentos políticos e dos seus líderes à escolha dos vices, e até dos próprios candidatos ao governo do Estado, mesmo não tendo votos, e não acreditando nas vitórias, todos foram vitoriosos. E assim compreendo que Wilson será reeleito, pela sua determinação em ser ungido, destacada, entre os demais, ficando isso fixado na opinião pública; pelas composições das forças políticas que está promovendo, sendo fundamental manter o ex-governador Wellington na base; e viabilizar sua eleição ao Senado porque estará, conseqüentemente, consolidando a sua também; porque todo ex-governador, recém saído do cargo, tem muito voto.

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