“Homens de negócios do mesmo ramo raramente se encontram, ainda que para divertimento, sem que sua conversa acabe numa conspiração contra o público, ou em alguma tramóia para aumentar preços”.
Quem escreveu isso, para possível surpresa de economistas ou intelectuais de esquerda, não foi Karl Marx, nem qualquer outro pensador que conte com sua aprovação, mas Adam Smith – ele mesmo, no capítulo X do primeiro livro da “A Riqueza das Nações” a obra de 1776 que funciona como espécie de marco zero para o entendimento do capitalismo.
Adam Smith passou para a história como o primeiro a perceber o caráter revolucionário da empresa privada.
Ora, os capitalistas agem pragmaticamente. Eles são racionalmente cartesianos. E quando tomam as suas posições políticas e empresariais pautam-se como se estivessem fazendo um grande negócio, porque não abdicam da referência pragmática e da objetividade da razão, elementos fundamentais do sucesso e/ou do êxito da decisão tomada. Primam, coerentemente, pela relação exitosa não motivada, certamente, pela emoção familiar que embaça a objetividade e impede a aplicação da racionalidade, mas com desejo determinado. O grupo político e empresarial liderado pelo senador João Vicente (PTB), tendo o respaldo do virtuoso empresário João Claudino (PRTB) do deputado federal eleito senador Ciro Nogueira (PP) e outros partidos, lançaram o senador João Vicente Claudino candidato ao governo do Estado concorrendo com Wilson Martins (PSB) e Sílvio Mendes (PSDB). Mas, foi o último colocado dos três principais postulantes, sendo excluído do evento, indo para o 2° turno Wilson com 725.563 e Sílvio Mendes 470.660.
Todo candidato ao governo do Estado quer um empresário do porte e do prestigio de “seu” João como coligado. Não só pelo poder econômico de que é detentor, também pela capilaridade social e influência, isto é, sua abrangência benéfica que interage em todo o contexto sócio-político-econômico e cultural que exerce na sociedade. E justamente por isso é disputado pelos políticos. Embora, às vezes, os empresários não influenciam exitosamente em decisões políticas, principalmente pelo desprestigio, o que, necessariamente não é o caso de “seu” João, que detém no Piauí (notadamente), no Nordeste e no Brasil um fortíssimo campo de amizade pelos atos benéficos que projeta nas transações.
Antes, o “seu” João era criticado porque lançou o filho candidato. Tudo legitimo. Assiste-lhe o direito. Agora, porque aderiu à reeleição de Wilson Martins. Juntamente com o PTB, PRTB, PDT e PP. Política é uma ciência inexata e dinâmica. E de negociações e de conveniências, porém, sobretudo da racionalidade e da objetividade. E o grupo empresarial Paraíba pelo seu comandante em chefe, agiu com pragmatismo político e empresarial, porque dificilmente conseguiria defender para funcionários, clientes, fornecedores, diretores, assessores, familiares e amigos porque está contra Wilson Martins. E, conseqüentemente, contra Dilma e Lula, líderes populares. E alguém parecido com as mesmas origens do megaempresário. A política partidária muda frequentemente. Depende de conotações e motivações diversas. E o que é hoje, necessariamente, não será amanhã. A política, repita-se, é constituída de motivações e nuances variadas. Portanto, “seu João”, seja bem vindo, à parte as emoções familiares, mais que justas, que consolam e constroem os núcleos de família, mas jamais o pragmatismo político e empresarial, que acaba de emoldurar, também coerentemente, e tudo de acordo com a doutrina e as lições de Adam Smith, expoente do capitalismo mundial.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Pragmatismo político e empresarial
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