quarta-feira, 29 de setembro de 2010

WILSON: 40 ANOS EM 4

     De 1930 a 1945, Getúlio Vargas fora um ditador. Nesse período de 15 anos exerceu a presidência da República. Nesse longérrimo espaço, o povo clamou por democracia, liberdade e eleições. Mas, em outubro de 1950, ele foi eleito presidente com votação expressiva, apoiado pelo PTB (não era esse PTB mensaleiro e corrupto de hoje) e o PSD. A UDN, o outro grande partido da época, com o jornalista Carlos Lacerda à frente, fazia forte oposição a Getúlio Vargas. A 24 de agosto de 1954, Getúlio suicidou-se. O país, a partir desse momento, entraria numa grande e imprescindível turbulência política, social e econômica. Golpes e contragolpes marcaram os anos seguintes da administração brasileira. Após o suicídio de Getúlio Vargas, houve dois presidentes temporários Café Filho e Carlos Luz.
     Em janeiro de 1956, Juscelino Kubstichek (PSD) e o seu companheiro de chapa João Goulart (PTB), foram eleitos presidente e vice-presidente da República. Kubstichek fez um governo vanguardista, de desenvolvimento e de crescimento da economia nacional, cujo Produto Interno Bruto – PIB cresceu 8,2% entre 57 e 61 ao ano. E a renda per capita aumentou 5,1%. JK, cuja programação consistia em fazer 50 anos em 5, também transferiu a Capital Federal do Rio de Janeiro para o Planalto Central, ainda hoje criticada pelos economistas. Wilson, parafraseando JK, quer fazer 40 anos em 4.
     Juscelino passou o cargo a um político independente de São Paulo, Jânio Quadros, que subitamente renunciou em agosto de 1961. Jânio foi apoiado pelo conservador partido anti-vargas, a União Democrática Nacional (UDN) e recebera 48% dos votos. Mas sua saída abriu um prospecto inquietante para os grupos conservadores, especialmente para os militares, que vinham conspirando contra Vargas e seu legado desde 1945, porque o vice-presidente era João Goulart do PTB, conhecido como Jango, por seus partidários (Ricardo Bourne, em Lula do Brasil, A vitória Real, do nordeste, ao Planalto, p.36).
     Gourlart não foi investido de todos os seus poderes. Houve a experiência parlamentarista, contudo, logo descartada. Todas essas manifestações e controvérsias de nossa política nacional, deflagraram no golpe militar de 1964, que Lula presenciou também. Tendo sido vítima de suas conseqüências. Certamente, tão criança, não entendera as passagens dos governos de Getúlio Vargas e JK; tampouco as diatribes do governo de Jânio Quadros.
Lula, entretanto, diferentemente de Getúlio Vargas, em parte de JK e de Jânio Quadros, exerce plenamente a democracia, com a liberdade de expressão. O Brasil desenvolveu-se muito, a exemplo de JK e Getúlio Vargas, com os índices sociais e econômicos intensamente favoráveis. Todavia, Lula quer um governo com estabilidade política, diversamente de Getúlio, JK e Jânio Quadros: quer uma base parlamentar e política forte, com maioria no Senado e na Câmara. Por isso, quer eleger também Dilma presidente. E todos os candidatos aos governos estaduais, aliados do governo federal como Wilson, para completar as obras de infraestrutura, que não concluíra em seus mandatos, como a Ferrovia Transnordestina, Transposição do Rio São Francisco, as grandes hidrelétricas, as unidades da Petrobras em Pernambuco e no Maranhão... E assim, Lula deverá eleger Dilma e reeleger Wilson.

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