terça-feira, 3 de agosto de 2010

Wilson, Dilma e Serra

     O ex-ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu, em artigo para o jornal “Meio Norte”, sábado, 31.7.2010, p. A/2, opinião, sob o título “As pesquisas e a campanha do medo” assegura: “afinal, o quadro sucessório é incomodo para José Serra. Na corrida pela Presidência da República, a candidata que tem o apoio de Lula, Dilma Rousseff, lidera no levantamento do Instituto Vox Populi (41% a 33%) e empata tecnicamente no Datafolha (36% a 37) para Serra. Mas Dilma vem de trajetória de alta, tem menor rejeição (19% ante os 26% de Serra), lidera espontaneamente (28% a 21 no Vox e 21% a 16% no Datafolha), possui maior expectativa de vitória (41% a 30%) e ainda não é conhecida por 30% do eleitorado como candidata do bem avaliado presidente Lula (77% de ótimo/bom no Datafolha).”
     Na última pesquisa feita pelo IBOP, Dilma está 5% à frente de Serra (39% a 34%). Nesse quadro de ascendência da presidenciável Dilma, de conformidade com as pesquisas de diversos institutos, dificilmente não será eleita em outubro. Exceto se houver a ocorrência de fato ineditamente extraordinário para prejudicá-la e beneficiar o tucano Serra.
     Os aliados tucanos de Serra, notadamente o mais visível e prestimoso deles, o ex-governador Aécio Neves, só fala na candidatura do tucano quando o ex-governador Serra está presente. E nem sequer coloca em sua propaganda a foto oficial de Serra , conforme noticiou o jornal Folha de São Paulo de 1º/08/2010, p.A/7
     Como Serra vencerá essa eleição com aliados tucanos agindo assim? O DEM, principal aliado de Serra, está com a imagem ruim, especialmente por conta do episódio de Brasília, quando o seu único governador foi preso, afastado do cargo e denunciado por corrupção. E o quadro é potencializado por se tratar do governador da capital do país, centro das decisões políticas e administrativas do Brasil, com repercussão planetária.
     A eleição no Estado do Piauí está polarizada. Sílvio Mendes (PSDB) e Wilson Martins (PSB) disputam o cargo majoritário, com preferência do tucano. Porém, as pesquisas mostram um quadro amarrada, com efeito sanfonado, quando só Wilson cresce (3,17%) na última pesquisa, enquanto Sílvio cai minimamente (0,06%); com forte tendência à estagnação (cai e sobe pouco). Sílvio e Wilson são médicos. A categoria está dividida nos apoios. E como é forte formadora de opinião, reproduz esse efeito nas pesquisas. Contudo, Wilson vem de forte história de crescimento, e tendo a seu favor o desempenho de Dilma, bem descrito por José Dirceu, e a popularidade de Lula (77%), que lhe auxiliam grandemente.
     O concorrente João Claudino (PTB) está em último lugar. Todavia, como o “seu” João, com o seu instituto, diz que as pesquisas dele refletem outro cenário, certamente o seu filho ganhando de Sílvio Mendes e Wilson, resta-me (e aos eleitores) aguardar o resultado do instituto dos Claudinos. Mas, enquanto isso, Wilson e Sílvio vencem o evento, com tendência de crescimento de Wilson.

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