Permanecer no cargo de chefe do Poder Executivo e, como conseqüência, não concorrer ao Senado da República, não foi a decisão mais acertada. Evidente que foi uma posição refletida, como evidenciou ao lado da esposa na entrevista coletiva, após ouvi todas as lideranças partidárias; porém, incoerente, talvez contraditória, relativamente à sua bela trajetória política, sempre corroada de pleno êxito, em todas as eleições que concorrera. A atitude não foi boa para Vossa Excelência, para o Piauí e para o PT, qualquer que seja a justificativa. O Piauí e o Brasil não podem prescindir de um senador com a sua experiência política e administrativa, especialmente esta, adquirida pelo período de 7 anos como governador de todos os piauienses. Ademais o senado é o destino democrático de todos os governadores. Mas, o senhor, quis enfocar e/ou focar essa questão gerencial política histórica para um norte que não convence a ninguém. Pois, permite ao analista antever nas entrelinhas, que haverá uma reflexão, com reexame, refluindo-o da decisão tomada e reconsiderando a candidatura ao senado. Quis, entretanto, diante das fortes pressões políticas naturais dos pré-candidatos ao governo, numa coligação pluripartidária, e com conotações ideológicas difusas e/ou diversas, tangenciar a difícil questão sucessória, para reflexão posterior, sem a incrível emoção que atordoa os fatos postos. E impede a maturidade equitativa e justa de um posicionamento que, de forma alguma, e em qualquer circunstância de tempo e espaço, por mais correto que seja o agente (Vossa Excelência), jamais contemplará a todos os concorrentes. Algum se abespinhará e poderá tomar outro caminho, bandeando-se para a oposição. Um ou outro, melhor dizendo, se julgará prejudicado, porque é humano e impossivelmente político, numa questão como essa, atender a todos desejos dos postulantes. Nem os ingênuos acreditam. E daí a necessidade do líder pragmático, decidido, afirmativo e até impositivo. Faltaram, senhor governador, desculpe-me a sinceridade, essas condições. Porque, educação, paciência e moderação política têm também limites nos difíceis meandros de uma decisão como a que deveria tomar, pertinentemente à escolha do candidato da coligação ao governo do Estado.
Agora, com essa (ir)reflexão, tudo será mais difícil. Pois, 1)Escolhido o senador João Vicente Claudino (PTB), o mais rejeitado, e que causou todo esse retrocesso na sucessão, ainda que legitimamente, porque também é postulante, terá se submetido ao fantástico poderio empresarial do grupo Claudino. E aí sairá meculado; 2)Optando por Antônio José Medeiros (PT), todos dirão que refletiu para ajudar sua agremiação política, embora ruim nas pesquisas e com alto índice de rejeição; 3) Recaindo a opção em Marcelo Castro (PMDB) e Antônio Neto (PT), mesmo que permaneça no cargo de governador, não conseguirá elegê-los, porque estão fragérrimos nas pesquisas, embora Marcelo tenha grande potencial de crescimento; 4) O vice Wilson, que analiso por último, intencionalmente, mesmo depois desse vendaval/tragédia provocada pelo poder econômico do senador João Vicente, jamais por sua capacidade de liderança, permaneçe o melhor candidato do situacionismo; justamente por ser o líder político mais próximo de Vossa Excelência; coordenador do PAC; mobilizou e negociou com a maioria das lideranças da base dos partidos e dos deputados; substituiu Vossa Excelência inúmeras vezes, tendo sido honesto, correto e leal no exercício do cargo relativamente às ações preferenciais do titular; conhece mais que todos, os meandros da administração estadual. Negociou com o PT, PC d B, PDT e o PMDB, conseguindo o apoio integral do PT, do PDT e de parte do PC do B (dep. Osmar Jr.) e do PMDB. Neste partido, apenas Mauro Tapety não apóia Wilson Martins (PSB) devido questiúnculas provincianas históricas restritas a Oeiras. E até porque o ex-deputado Juarez Tapaty parece ter preferência pelo empresário João Claudino. No PC do B, embora um partido comunista, o deputado Robert Rios prefere o senador João Claudino; mas a China é comunista e adota as regras do capitalismo ortodoxo difuso mundial. Nada, pois, a anotar politicamente quanto à ação política do secretário deputado Robert.
O vice governador Wilson Martins, pelo período de algumas hora, foi o escolhido pela maioria da base governista como candidato ao governo; Contudo, as fortes pressões do PTB nacional pelo deputado Robert Jeferson; da presidenciável Dilma Rousseff; do ex-ministro José Dirceu; do empresário João Claudino e do próprio senador João Vicente mudaram os rumos da sucessão, em total desrespeito à maioria do colegiado piauiense, que optou, sob a liderança do governador Wellington, pelo nome do vice, por ser o mais aconselhável (ainda o é) à manutenção do grupo político que há 8 anos governa o estado. Wilson é o único capaz de assegurá a eleição senatorial do chefe do executivo piauiense, cuja decisão de permanecer no cargo será reexaminada por pressão dos próprios governistas. O PTB nacional e o senador João Vicente ameaçam ir para a oposição, apoiando o senador José Serra, se a base não escolher JVC. Mas, o senador petbista terá que refletir diante dos fantásticos interesses financeiros que detém no estado, assim como Marcelo Castro.
terça-feira, 23 de março de 2010
Governador Wellington Dias!...
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