Não obstante a decisão do 4º Encontro Nacional do PT, reafirmando que o partido deverá ter candidato ao governo do Piauí, o governador Wellington Dias renunciará a 2 de abril a Chefia do Executivo Estadual. E deverá assumir o vice governador Wilson Martins, que será candidato ao governo do Piauí, certamente sem o apoio da agremiação petista.
Contudo, esse posicionamento do partido do presidente Lula trará conseqüências terríveis para Wellington, Dilma Rousseff e o partido no estado. Primeiramente, o candidato petista à sucessão de Wellington será derrotado. A candidatura de Wellington ao Senado Federal fragilizará, com possibilidade de uma derrota, porque Wilson Martins, com a eventual candidata de Antônio José Medeiros, poderá não apoiar Wellington porque a base governista irremediávelmente estará dividida. E Dilma Rousseff receberá apenas o apoio do PT, com os outros partidos podendo bandear-se para outro candidato, possivelmente José Serra.
O PT insiste na candidatura própria, certamente apenas para fortalecer o partido, mas sem nenhum êxito eleitoral. Poderá, entretanto, provocar um 2º turno. Todavia, ainda assim, Wilson será o mais votado. E a agremiação petista, na eventualidade de um 2º turno, consequentemente apoiará Wilson. No entanto, as relações estarão precárias, com difícil reaglutinação.
Muitos segmentos indagam porque o PT não apóia Wilson quando o vice teve uma postura elegante, de sensatez, com o titular Wellington, nesses 4 anos de mandatos.
O PT, mais especificamente o deputado Nazareno Fonteles, está brigando com o Senador João Vicente (PTB) outro candidato ao governo. Também é aliado desde o primeiro momento. E não abrirá mão de sua candidatura. Mas sua dupla condição de empresário e político enfraquece sua ação.
A base aliada poderá incorrer num erro político de consequências imprevisíveis, deixando de unir-se em torno de Wilson. E querer derrotá-lo é uma tolice, justamente porque prejudicará a todos, notadamente quando o vice governador, mais que todos os demais postulantes, conhece as condições políticas, administrativas e financeiras do estado porque convive com esses problemas desde o primeiro mandato e os compartilha com o governador. Ademais, não tem interesses empressariais no Estado poque não é proprietário de empresas que contratam com o governo, como o deputado Marcelo Castro e o Senador João Vicente Claudino. Portanto, saberá lidar com essas (in)conveniências dos outros postulantes.
A base governista tem tudo para manter o atual quadro político estadual, mesmo com a eventual candidatura do prefeito Sílvio Mendes (PSDB). Porém, se os integrantes dessa base, principalmente os petista, não criarem juízo, o projeto de permanecer no governo, para dar continuidade aos programas, planos e projetos do governador Wellington, estará irremediavelmente metarmofoseado numa tragédia que jamais esquecerão.
Os estados têm conotações políticas diferentes da sucessão nacional. Interesses partidários menores e mais próximos, mas com circunstancias emocionais mais empolgantes, determinadas pelo campo de ação muito mais restrito. Por isso, que a intervenção do presidente Lula não será bem-vinda na sucessão piauiense. É poderá piorar, e muito, a situação atual, esgarçando muito mais o quadro político pré-eleitoral, com prejuízos para Dilma, o PT e os postulantes, favorecendo o posicionismo, mesmo sem um candidato definido. O radicalismo, de facções do PT, talvez queira que seja dessa forma, para sacrificar o todo. Vitória de pirro!
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Wilson assumirá em 2 de abril
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